Minha birra com a ciência não para de crescer. Outro dia o Globo on line publicou uma pesquisa dizendo que os carbohidratos são os grandes vilões da epidemia de obesidade e doenças coronárias da Europa e dos Estados Unidos. Ora ora ora… O grande mal não está em nenhuma comida especificamente. Óbvio. A questão não é a qualidade, mas a quantidade. Hoje come-se muito.
Repare nos cinemas: o antigo pacotinho de pipoca da portaria transformou-se em um balde de pantagruélicas dimensões, acompanhado de um litro de refrigerante cheio de açúcar. O refri, aliás, é outro ótimo exemplo: quando eu era criança, o refrigerante era um acontecimento. Havia a coca-cola de um litro, chamada família. Nos almoços de domingo ela era uma estrela, porque rara. Durante a semana, nem pensar. No máximo, uma limonada ou laranjada.
De uns tempos pra cá, os alimentos ficaram mais baratos, especialmente esses pouco nutritivos e altamente calóricos. Bolachinhas recheadas, aqueles salgadinhos com cheiro de chulé, os próprios refrigerantes, tudo isso ficou muito acessível à classe média. Mas isso só vale para as zonas urbanas. Fora das cidades, ainda há fome…
E o outro fator importante é a intolerância à frustração. Não obter o prazer imediatamente é uma situação inaceitável. Os desejos devem ser atendidos imediatamente. Ninguém mais aceita o não como resposta.
Mas enfim, é nas cidades, especialmente as europeias e norteamericanas, que essa tal epidemia de obesidade assombra. Mas a culpa, certamente, não deste ou daquele alimento, mas da quantidade que se consome de todos eles. Um pouco de racionalidade na hora de fazer o prato ajudaria infinitamente a curar essa doença, que é mais da mente.
Não há fórmula mágica para emagrecer. Basta comer bem, em quantidade adequada, alimentos nutritivos e que podem, sim, ser muito saborosos.