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Shazan, Xerife & Cia era um seriado que passava na Rede Globo, quando eu era bem criança ainda, mas continua sendo um dos meus prediletos, pois suas trapalhadas ainda me marcam.

Shazan, Xerife & Cia

Shazan, Xerife, Camicleta e o sonho de liberdade

Num tempo marcado pela mais forte repressão política, porque o AI-5 estava em vigor, Shazan, Xerife & Cia. era um seriado infanto-juvenil brasileiro, exibido entre 26 de outubro de 1972 e 1 de março de 1974. Escrito por Walter Negrão, Adriano Stuart, Sylvan Paezzo, entre outros. Dirigido por Adriano Stuart, Reinaldo Boury, David Grimberg, João Loredo, Gonzaga Blota, com supervisão de Daniel Filho e apresentado na Rede Globo, contava aventuras fascinantes para meus olhos infantis.

Exibidos inicialmente às quintas feiras, às 21 horas, os episódios tinham 30 minutos de duração e mostravam uma história completa. A partir de 1 de abril de 1973, o seriado passou a ser exibido de segunda a sexta, às 18:00, com episódios que duravam vários capítulos, pois as histórias duravam um mês em média, mas Shazan, Xerife & Cia era um deleite. A televisão ainda era em preto e branco e, no final do dia, o sinal saia do ar, mas aquelas aventuras enchiam nossos olhos de uma visão pitoresca e divertida, pois nossa realidade era muito dura.

A série tinha uma linguagem circense

O seriado usava uma linguagem com elementos circenses e tinha várias mensagens mensagens educativas. Os protagonistas são uma dupla de mecânicos atrapalhados, Shazan (Paulo José) e Xerife (Flávio Migliaccio), ah, que saudade de atores daquele calibre, que decidem percorrer o mundo, totalmente limitado ao Brasil, a bordo de sua Camicleta (caminhão-bicicleta). Os dois procuram emprego e aventuras, por isso se deparando com as mais inusitadas situações. Essa Camicleta era também uma personagem, porque estava repleta de traquitana e servia também de abrigo aos protagonistas.

Shazan, Xerife & Cia

A dupla procura uma peça mágica, pois ela fará com que eles realizem seu grande sonho: construir uma bicicleta voadora. No entanto, sempre acontece algo, e Shazan e Xerife são desviados desse objetivo em todos os episódios. É nessas digressões que a ação acontece e nos encanta, mas sempre nos deixa com um gostinho de seguir um sonho, mesmo que seja impossível.

Até nos lembra a canção de Chaplin, traduzida por Chico Buarque: “Sonhar, um sonho impossível. Vencer, a incabível prisão. Voar, no limite provável. Tocar o inacessível chão. É minha Lei, é minha Questão, virar este mundo, cravar este chão. Não me importa saber se é terrível demais. Quantas guerras terei de vencer por um pouco de paz. E amanhã, este chão que eu beijei, for meu leito e perdão. Saberei que valeu delirar e morrer de paixão. Assim, seja lá como for, vai ter fim a infinita aflição e o mundo vai ver brotar uma flor do impossível chão!”

Os personagens Shazan e Xerife são originários da telenovela O Primeiro Amor, de Walter Negrão. O sucesso da dupla foi tanto que, com o fim da novela, a TV Globo decidiu dar continuidade às suas aventuras, mas em forma de seriado. Não tínhamos centenas de canais por assinatura e, por isso, viajávamos com séries como Shazan, Xerife & Cia. Era só assistir e viajar com as nossas bicicletas que não eram voadoras, mas viviam várias aventuras.

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