Já é sábado. Nossa! Como o tempo voa quando estamos nos divertindo. Então: Ontem à noite partimos de Oslo. Foi uma estada breve, mas muito proveitosa. Conhecemos o palácio real, o Stortinget, que é um palácio amarelo bem bonito, o Teatro Nacional, com a estátua do Ibsen na porta – não pude deixar de me lembrar de uma tentativa frustrada de ler a peça “O Pato” – o Radhus, onde funcionam a prefeitura e a câmara municipal e o Akershuset, uma construção medieval, sobre um morro, à margem do mar do Norte.
O primeiro passeio, contudo, foi o mais emocionante: O Operaen, cuja construção, segundo uma amiga que fiz na estação de Södertaelije Syd (nem me pergunte como é que se pronuncia isso), custou 4 bilhões de coroas norueguesas, ou seja, cerca de 5 milhões de euros. É um prédio moderno, de linhas retas, triangulares, muitas quinas, bem à beira do mar, com uma vista deslumbrante da cidade. Todo revestido de mármore branco, e muito vidro no foyer. Um luxo deslumbrante.
Pois bem, entramos na parte do lobby do teatro, tiramos fotos e fomos ao banheiro. Menino, que luxo: portas revestidas de metal tipo bronze, as paredes do reservado de pastilha combinando, água quente nas torneiras. Um deslumbramento total.
Quando estávamos de saída, o Nelson percebeu que era possível subir no telhado do teatro e lá fomos nós, debaixo de chuva, abraçados sob uma sombrinha comprada de última hora por 75 coroas norueguesas. Vimos a vista e, na hora de descer, eu não percebi um desnível, torci o pé e me estabaquei. O Nelson ainda gritou meio segundo antes de eu cair que havia um degrau, mas eu já estava com o pé nele e lá fui eu, como uma jaca madura, de joelho e barriga no chão. Os óculos, em que eu já havia sentado no trem de Malmö a Oslo e sobreviviam à custa de um esparadrapo, foram finalmente pro espaço e a primeira sensação que eu tive nem foi de dor, mas de que a viagem terminava ali.
Meu tornozelo ficou do tamanho de uma mão de pilão. Mas mesmo assim, fui, bravamente, para os passeios, mesmo com dor, mas era uma dor moderada. Voltamos ao Anker hotel, buscamos as malas e, debaixo de uma chuvinha chata, fria, partimos para a estação de Oslo. Trem de volta pra Malmö, onde tomamos um outro trem pra Copenhagen. A conexão atrasou e perdemos o primeiro trem pra Berlim, cuja partida estava marcada para as 7h44. Tomamos o de 9h44, que é de onde escrevo.
Próxima parada, Alemanha.
P.S.: Quando já estávamos bem acomodados na nossa cadeirinha de segunda classe, o gentil senhor que confere as passagens nos disse que tínhamos direito à primeira classe. Gente, nós somos os pobres mais metidos da Europa. Hehehe…
Parte dois, ALEMANHA
Passamos de ferry boat da Dinamarca para a Alemanha. Uma passagem muito tranquila. Chegamos à Alemanha e fomos abordados por dois guardas da fronteira, que se identificaram como agentes aduaneiros, sorrindo muito, muito educados. Perguntaram sobre a nossa bagagem e se tínhamos dez mil euros cada. Da janela se vêem os enormes cataventos de energia eólica. De acordo com o que tenho lido, a Alemanha é um dos países que, na atualidade, mais se preocupam com a questão ambiental (acho que vou me dar muito bem aqui).