O clássico grego Édipo Rei é uma das tragédias mais adaptadas e relidas de todos os tempos, com várias montagens e adaptações cinematográficas.
A tragédia dos labdácidas (descendentes de Labdaco) é uma trilogia sofocliana. As peças mais conhecidas e montadas são a primeira e a última: Édipo Rei e Antígona. Como é sabido, o Teatro Grego é mais uma manifestação de ensinamento religioso, que uma forma de entretenimento e diversão. Para além disso, os gregos gostavam da tragédia porque poderiam se identificar com a parte menos iluminada da alma humana. Os delírios de poder e de grandeza são encenados e a plateia poderia viver as emoções desse lado e imaginar como seria se fosse com cada um deles. Assim, ao final, a catarse se dava por intermédio do personagem.
A tragédia de Édipo
Os labdácidas foram amaldiçoados por Apolo porque Laio sequestrou Crísipo, filho do rei Pélope de Pisa, no Peloponeso. Sentindo-se traído no seu direito de anfitrião e insultado pelo hóspede, Pélope recorre a Apolo, seu Deus, e amaldiçoa Laio e sua descendência. Laio retorna a Tebas, se torna rei e desposa Jocasta. Contudo, o casal não poderia ter filhos, pois o Oráculo de Delfos já havia avisado a Laio que, se ele tivesse um filho, este o mataria e desposaria a própria mãe.
Depois do nascimento de Édipo, Laio manda um de seus servos abandonar o filho no monte Citerão para ser devorado por feras. Contudo, um pastor o encontra e o resgata. Como a realeza de Corinto não havia produzido herdeiros, o pastor oferece o infante ao casal, que o adota e o cria com os privilégios de príncipe.

Cena do espetáculo Édipo de Novo?
Passado o tempo, Édipo escuta que é adotado e vai ao Oráculo de Delfos para confirmar a história. Lá, descobre que sobre si paira uma maldição: ele matará o pai e desposará a mãe. Laio sai atordoado e busca outra cidade para fugir de destino tão cruel. Ocorre que, no caminho, encontra com a comitiva de Laio e, numa altercação grave, mata todos, menos o cocheiro, que foge. Este cocheiro retorna a Tebas e, temeroso de revelar toda a verdade, de que apenas um homem havia exterminado toda a comitiva e matado o rei Laio, diz que foi obra de um bando.
Édipo continua seu caminho e chega a Tebas, onde a temível esfinge devorava os moradores que não conseguiam decifrá-la. Creonte, cunhado de Laio e regente do trono de Tebas, havia prometido a coroa e a mão de Jocasta a quem conseguisse livrar a cidade daquele mal. Édipo decifra o enigma e Creonte cumpre a palavra. Passado algum tempo, a cidade é acometida por nova praga, seca, fome, bebes natimortos e criação morrendo no pasto.
Creonte vai ao Oráculo de Delfos e descobre que a praga está sobre a cidade porque o assassino do rei Laio está entre eles. Édipo determina a busca do assassino e decreta seu exílio. Chamado a dizer o que lembra, o sábio cego Tirésias diz que o assassino é o próprio Édipo. Sem compreender, ele manda chamar o cocheiro que se exilara ao saber que Édipo se tornara o rei. Ele então esclarece a verdade.
“Édipo de Novo?” atualiza o clássico
Essa trama intrincada é relida em forma de tragicomédia melodramática pelo dramaturgo Thiago Bomilcar Braga e está em cartaz no Teatro Cândido Mendes. A releitura traz lances contemporâneos e piadas atuais, que se misturam ao drama trágico de Édipo Rei. O elenco está equilibrado e a luz é muito boa. O figurino é adequado e as trocas de roupa em cena dão uma dinâmica bastante interessante.
Ficha Técnica Édipo o Rei?
Texto Original: Sófocles
Adaptação e Direção: Thiago Bomilcar Braga
Assistente de Direção: Fabio Làura
Elenco: Aline Cruz, Fabio Làura, Felipe Pêpe e Laurent Janod
Cenário: Aline Villa
Figurino: Fabio Làura
Iluminação: Alexandre Farias
Trilha Sonora: Thiago Bomilcar Braga
Arte: Gabriel Trompowsky
Produção Executiva: Amanda Loretti
Idealização: Thiago Bomilcar Braga
Assessoria de Imprensa: MercadoCom (Ribamar Filho e João Agner)
Informações Édipo de Novo?
Local: Teatro Cândido Mendes
Data: 25 a 26 de Outubro • Sábado e Domingo – 20:00 h
Duração: 70 minutos
Classificação: 16 anos
Ingresso: Compre Aqui
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