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Ontem foi o desfile das escola de samba do grupo de acesso do Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí. É uma delícia indescritível desfilar. Ótimo mesmo. Ano passado eu já havia “perdido a virgindade”, desfilando no chão pela Rocinha e num tripé no abre-alas da Porto da Pedra. Só que, nos dois dias, os desfiles eram os primeiros da noite, então saímos cedo do Sambódromo.

O que vi ontem às seis da manhã naquela redondeza, indo para a Estação Central do Brasil para pegar o metrô de volta pra casa, foi além de qualquer expectativa de porcariada e imundície. É um imenso contraste. Do lado de dentro da passarela do samba, há alguns saquinhos de plásticos e um eventual copo descartável no chão. Do lado de fora, no entanto, é como se transitássemos em um aterro sanitário. Tanto o cheiro quanto os montouros são iguais. O que eu achei mais impressionante foi a desfaçatez com que as pessoas atiram lixo ao chão e depois nem se incomodam de caminhar, comer, conversar, estar, enfim, em meio a tanta excreção.

Passada a bronca nos cariocas que insistem em protestar contra o adjetivo lançado outrora pelo edil, quero registrar que o desfile da Acadêmicos da Rocinha de ontem foi um fracasso no que diz respeito a animar a arquibancada. A escola estava linda, mas talvez o samba fosse pouco contagiante. Falava de uma das lendas da criação do mundo, as Ykamiabas, quem quer que tenham sido elas. A minha fantasia estava linda.

curva do S
Essa era a minha fantasia.

Mas era desconcertante atravessar a avenida, com aquela plateia. Era o que os comediantes americanos costumavam denominar “tough crowd”. Difícil ver um sorriso.

Nem nas cadeiras de pista, lugar privilegiado porque é bem juntinho de todo mundo da escola, notava-se algum entusiasmo pelo desfile da escola de São Conrado. Uma pena. Mas vejamos o que será da apuração dos jurados.

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