Outrora o sujeito que se senta na cadeira do Planalto houvera dito que os livros didáticos precisam ser corrigidos, porque têm muito texto, muita coisa para ler. Hoje ele diz que assina decretos lendo somente a ementa, porque eventualmente há um palmo de papel para ser lido. Não só lido, mas interpretado, e complementa: nem sempre sei interpretar o que lá está.
O que dizer disto? Que ele era um inepto para questões intelectuais era óbvio desde sempre. Vocabulário rastaquera, mesmo tendo frequentado a escola militar; uma grosseria ao tratar com mulheres e homossexuais que já denotava um amplo desprezo por minorias; jamais participou de um debate, para por à prova sua capacidade argumentativa. Mesmo assim, obteve 57 milhões de votos em segundo turno. Com todas essas lacunas, convenceu gente de todas as idades, classes sociais e níveis de escolaridade a votarem na ausência de projeto e de debate.
Nossa sociedade está doente demais. O Brasil, dentro da cultura judaico-cristã, é um dos mais afetados pelo fanatismo, talvez derivado da ausência de escolaridade, mas não… Erro ao dizer isso. Há magistrados, ministros, professores, médicos, gente de todas as profissões e níveis de escolaridade voltados a um fanatismo neopentecostal irritante e excludente. Essas pessoas se identificam com a ignorância jorrada como cachoeira da boca fétida desse sujeito execrável.
Sinto muito, Brasil. Sinto uma impotência, sinto uma vergonha, e sinto, ainda mais, por não ter batalhado o suficiente para vencer essa criatura deletéria e execrável. Sofreremos muito ainda, porque a ignorância é um planejamento. A mediocridade vem sendo implementada há muito. Ninguém lê neste País.
Sinto uma derrota e um desânimo quando vejo gente apoiando fanaticamente esse pensamento de morte. Quando vejo pela TV as manifestações de fanatismo, como se a palavra do ocupante do planalto fosse uma emanação divina que os determinasse a matar em nome dele, a oprimir, a vilipendiar quem trabalha, quem pensa o contrário.
Isso vai passar. Pode demorar, mas um dia essas pessoas cairão em si.