ARTES

Teatro Oficina – Arte, Resistência e Vida

Amanhecemos com a notícia de que o Grupo Sílvio Santos está alterando a estrutura do icônico prédio do Teatro Oficina, com o fechamento dos arcos e a retirada de uma escada.

Cena de Roda Viva no Teatro Oficina

O Teatro Oficina Uzyna Uzona é um espaço de contestação, de liberdade artística e de reflexão sobre as estruturas falidas da sociedade contemporânea. As peças ali encenadas sempre foram um manifesto “exunisíaco”, uma libação, porque Zé Celso, o finado diretor do espaço, era um enfant tèrrible da arte. Eu ainda tive a sorte de assistir ao delirante “Roda Viva”, em junho de 2019. Experiência simplesmente transcendental.

O espaço físico do Teatro é uma obra da importante arquiteta ítalo-brasileira, Lina Bo Bardi, filha de Pietro Maria Bardi. Este é o fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São muitas as violações que o Grupo Sílvio Santos está fazendo na memória artística do Brasil e, mais especificamente, de São Paulo.

A região em que o Teatro está situada tem, ao lado, um terreno que está em permanente disputa com essa famigerada corporação televisiva. Sem falar da baixíssima qualidade da programação, o grupo dirigido pelo senil Senor Abravanel pensa tão somente no lucro pelo lucro, pois se esquece de que a memória afetiva do lugar é imprescindível à cidade.

Por ainda estar em disputa judicial, em teoria os acréscimos ou construções deveriam estar paralisados, assim, o SBT não poderia estar vilipendiando a memória.

Levantemo-nos contra a ganância e a “força da grana que destrói coisas belas”, parafraseando Caetano Veloso.

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