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Pasquale Cipro Neto, na coluna da Folha de hoje, publicou uma matéria de gramática, chamando a atenção ao fato de objetos diretos eventualmente serem bastante capciosos.

No meio do artigo, transcreveu uma poesia do Pessoa, que copio, porque me levou às lágrimas:

Grandes mistérios habitam

O limiar do meu ser,

O limiar onde hesitam

Grandes pássaros que fitam

Meu transpor tardo de os ver.

São aves cheias de abismo,

Como nos sonhos as há.

Hesito se sondo e cismo,

E à minha alma é cataclismo

O limiar onde está.

Então desperto do sonho

E sou alegre da luz,

Inda que em dia tristonho;

Porque o limiar é medonho

E todo passo é uma cruz

O português sabia das coisas!

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