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Copacabana, meu amor

Estou em teletrabalho desde janeiro deste ano, porque tive de assumir as funções de direção do Terreiro de Candomblé de Angola em que sou Kota. Foram 5 meses distante da cidade maravilhosa, para onde voltei porque precisava atender à cota anual de trabalho presencial. Fiquei duas semanas indo diariamente à Zona Portuária.

Eu não imaginava o quanto de saudades eu estava sentindo do bairro mais charmoso e controverso da cidade. Fiquei num apartamento alugado, de dois quartos, à r. Francisco Sá, finalzinho de Copacabana. Houve um pouco de sol, dois dias de praia somente e depois, chuva e frio.

Rotina de pegar ônibus, bater pernas, visitar amigos, tomar chopinho nos botecos, comer um pão aquecido na padaria da esquina, com uma boa média, aproveitar os benefícios que a cidade oferece.

No sábado, anteontem, o sol abriu de manhã e eu fui bater perna, ver vitrines, pela av. Nossa Senhora de Copacabana, encantado novamente com o bairro que tanto amo. Durante o tempo em que passei a flanar, uma espécie de epifania me ocorreu: a razão pela qual gosto tanto do bairro é a dinâmica incrível de relações humanas do lugar. Um bairro que abriga 3 comunidades (Tabajaras, Cabritos e Pavão-pavãozinho), tem apartamentos de todos os calibres e gente morando lá para todos os níveis de gastos e bolsos. De quitinetes onde 4 pessoas dividem as agruras de uma vida dupla a uma cobertura na esquina da Atlântica com a Francisco Sá, avaliada em mais de trinta milhões de reais. E no meio disso, todas as camadas intermediárias.

Nas ruas, gente de todo tipo transita pelas calçadas, em ônibus, carros, a pé; gente despossuída dorme pelas calçadas, ao lado das madames e patricinhas do bairro. Muitos tipos de lojas, galerias, bares, restaurantes, botecos, padarias, etc. É um bairro vivo, pulsante, onde o contraste entre a miséria e a riqueza do país estão escancaradas na nossa frente, bastando ter olhos para ver.

Além disso, viver em Copa significa encontrar amigos de infância feitos imediatamente numa esquina, pegar uma praia descontraída durante uma folga na semana, lagartear na pracinha do Peixoto, à toa, simplesmente curtindo o sol na cara, parar num boteco e ver a vida passar insana e acelerada, às vezes pacata e lenta.

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