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CINEMA

Não é segredo que eu adoro filmes de terror. Fascinado desde a infância com o oculto, não me assusto com isso. Só fiquei sem dormir depois de A Hora do Pesadelo.

Freddie Kruger era realmente assombroso. Entrava no sonho das pessoas e as assassinava com uma luva cheia de facas ultracortantes. As seqüências são muito ruins, mas o original foi apavorante.

Quanto assisti à primeira versão de Poltergeist, um dos mais assustadores daquele tempo, o fiz num cinema do centro de Goiânia, que ficava no Hotel Presidente. Salvo engano, era na r. 4, quase esquina com a av. Tocantins, mas como isso faz uns 40 anos, posso estar errado quanto ao endereço. Assisti numa sessão de 22h e fui a pé para casa, mais ou menos 3 Km, passando por alguns becos. Nada disso me abalou.

Mais recentemente tive contato com o universo do Stephen King. É um autor de quem gosto, principalmente para aprimorar o inglês. Li vários livros dele, The Dark Half, Pet Sematary, The Dead Zone (sobre o qual já publiquei um texto aqui),  Delores Claiborne, The Shinning, Dr. Sleep, George’s Games e, por fim, It.

Adaptações podem ser bem feitas

Estes livros acima viraram filmes. Sei que foram feitas mais adaptações, mas essa é a lista dos melhores para mim. The Dark Half foi traduzido para A Metade Negra (hoje impossível não achar cruel este título), com Timothy Hutlon, Michael Rooker e Amy Madigan. Narra a história de Thad Beaumond, escritor acadêmico, e seu alter ego, George Stark. Muito interessante, porque George Stark produz campeões de venda violentos, enquanto Thad só teve um título bem sucedido.

Delores Claiborne virou Eclipse Total e nele é possível acompanhar a trajetória de uma mulher oprimida, mas que luta contra esta opressão e é uma denúncia contra o abuso de menores por pessoas de confiança. Dolores, interpretada pela magistral Kathy Bates (que também faz a enfermeira desequilibrada Annie Wilkes no incrível Misery – mas este livro eu não li, só vi o filme), dá uma lição de como enfrentar um pai abusador.

Pet Sematary teve duas versões, uma mais tosca, em 1989 e uma mais recente, com uma produção mais bem cuidada, de 2019. Ambas são boas.

The Shinning é um livro foda, que virou um filme de arte, sob a batuta de Stanley Kubrick, com Jack Nicholson e Shelley Duval no elenco, do qual Stephen não gostou. Eu amo… Dr. Sleep é uma continuação de The Shinning e tem, no papel título, o grande Ewan McGregor. O filme é ligeiramente baseado no livro. Bom, mas o livro é muito melhor. A lista não para aí, já me lembrei aqui de Christine, o carro assassino; Cujo e 3 versões para as telas de Carrie, a Estranha.

Capaz de entrar no inconsciente, o monstro capta nossos medos

Por fim, chegamos ao sucesso em dois tempos. Ou melhor, em 3 tempos. Há uma primeira versão de 1990, com Richard Thomas no papel de Bill Dembrough e Tim Curry como Pennywise. É uma produção única, conta a história de forma mais fiel ao livro, mas os efeitos especiais na época eram muito fracos.

A dupla de 2019 tem uma produção muito mais bem cuidada, ainda mais que as tecnologias cinematográficas estão muito avançadas. O primeiro filme trata do tempo em que os personagens são crianças. Adapta do livro, cuja história se passa em 1958 e 1985, para tempos mais modernos. O livro é gigantesco e, para adaptá-lo de forma mais próxima à realidade é um trabalho hercúleo.

Mas, assim como Dr. Sono, a história é outra. Poucas coisas são contadas como nos livros. A diferença é gritante. Delores, por exemplo, é uma grande adaptação. No livro, ela está prestando um depoimento por conta de sua patroa de muitos anos ter caído da escada, e o xerife é o mesmo que investigou a morte do marido de Delores muitos anos antes. Embora as linguagens sejam muito diferentes, Taylon Hackford conseguiu contar a mesmíssima história.

Em It, há semelhanças, mas as diferenças são gritantes. Do nada, aparece uma tribo indígena, o monstro se torna luz, detalhes importantes das personagens são ignorados, como a violência incrível de Tom contra Beverly, a questão edípica de Eddie, a calvície de Bill Dembrough. Não obstante, o Pennywise desta produção é incrível! O ator Bill Skarsgard (não tenho a bolinha pra colocar em cima do segundo a do sobrenome dele) arrebenta no papel. O livro traz belas denúncias contra o racismo e o machismo, que no filme são só pincelados.

Enfim. As produções de It podem ser vistas no now e valem a pena. Mas se puderem ler o livro, vale muito mais a pena. E é bom pra perder o preconceito com Stephen King. Ele é um ótimo autor.

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