A coisa mais certa que aprendi na minha vida foi que todos os seres humanos, sem exceção, são chatos. Eu sou chato, você também é, meu pai, minha mãe, minhas irmãs, seus pais, seus irmãos, os pais deles e os irmãos deles também são. É batata.
Depois que eu vim para o Rio de Janeiro, tenho viajado mais que o normal. No ano passado fui 4 vezes a Goiânia e umas 10 a Brasília. Todas de avião, lógico. Agora que viajar de ônibus é quase o mesmo preço que voar, ficou bem mais fácil. Mas o que eu quero falar mesmo é sobre o chato do avião.
Sempre tem um chato próximo que sabe mais sobre aeronáutica que o piloto. Não sei se é por culpa daqueles insuportáveis joguinhos de computador de simulação de vôo (vou escrever com acento, mesmo sabendo do acordo), ou porque o cidadão em questão tem muitas horas como passageiro. O fato é que ele sempre tem uma opinião abalizada sobre aquela viagem. Ora o piloto não abriu os flaps na hora certa e é só por sorte que nós, pobres e ignorantes passageiros sobrevivemos, ora é o momento de tocar a pista de aterrisagem, ou ainda uma turbulência em pleno vôo, mas o chato em questão sempre fará um comentário com ares de superioridade com o infeliz que viaja do lado dele.
Se for amigo do chato, é ainda pior, porque corre o risco de ser um chato igual e também entender tudo de aeronáutica. Aí a discussão é sempre acalorada, porque como ambos são completamente ignorantes, mas acham que não, o papo vai se prolongando.
Como eu sei achar essas pessoas insuportáveis.