Conta pra mim, gente, como é que pode uma sociedade sobreviver com cidadãos que se comportam assim.
Estou fazendo um curso de extensão na PUC/RJ para redação de roteiros. A parte teórica é muito interessante, com o professor José Carvalho. O cara é um gênio. Liga Kant, Hegel, Nietsche, Gláuber Rocha, Beckett, Juan Rulfo, Stam e quetais numa sucessão de informações preciosas. O sumo da aula, no entanto, sempre me faz pensar no quanto a sociedade involuiu desde os gregos e no quanto a revolução burguesa e sua contraparente a revolução bolchevique foram feitas em detrimento do verdadeiro sentimento geral, que nós mesmos não sabemos bem o que era.
Vivemos no Brasil um momento bastante triste. Temos de escolher entre dois candidatos pífios, péssimos, à presidência da república (que me recuso a escrever com erre maiúsculo, porque isso ainda está muito longe de ser uma verdadeira república), mas é um momento importante de reflexão. Os rumos que o País vem tomando nos colocam em posição de iniciar uma verdadeira revolução nos padrões de consumo, cujo destino é nos aproximar o máximo do consumismo assoberbado estadunidense. Uma horda, até hoje excluída do mercado, vai se ver na condição de adquirir. Adquirir o quê? Adquirir pra quê?
Levanto a questão de olho, por exemplo, no incremento do número de veículos particulares nas grandes e pequenas cidades. O trânsito, que já não era nenhuma maravilha, tornou-se um verdadeiro suplício para muitos. Isso porque quem vai espremido naqueles ônibus do subúrbio só pensam num confortozinho maior. No trem, então, é um abuso. Os trens da Central são as melhores opções em termos de tempo, mas o jeito que a gente vem e vai é desumano…
E o que tudo isso tem a ver com o bullying? É que a ideia atual é que deve prevalecer o interesse individual em detrimento do coletivo, e a satisfação dos desejos imediatos desconsiderando as consequências de longo prazo é a tônica do nosso cotidiano. Compre, consuma, coma, só assim você será feliz. Tudo o que quiser, faça. Seja inconsequente, despreze o vizinho. E se esse vizinho for mais fraco, tome dele a dignidade, bata nele, espanque e retire dele tudo o que puder. Ele não reagirá, porque o Estado não é mais capaz de prover a segurança necessária.
E o pior é que o futuro, na minha perspectiva, não tende a melhorar, considerando o histórico até o presente momento. O coletivo perdeu todo o sentido e a individualidade é o que interessa.
pois é meu amigo… lamentável não. Agora se pega alguem que faz jiu-jitsu por exemplo e toma um sacode carola a notícia no jornal seria outra. “Pitboy agride pai de aluno”. Complicado né, por isso que agradeço todos os dias da minha esposa treinar jiu-jitsu comigo, pois se um imbecil, covarde desse se meter com ela vai tomar duas surras no minimo.