Sábado encontrei minha eterna mestra Susanna Kruger no teatro. Fomos ver o fantástico Caranguejo Overdrive, um texto de Pedro Kosovski encenado pelo grupo Aquela Cia de Teatro. O meu amigo Thiago Herz está no elenco. É uma experiência teatral. Luz, música, interpretações magistrais e um texto contundente. Trata basicamente sobre a transformação da cidade do Rio de Janeiro logo depois da guerra do Paraguai, quando o personagem Cosme, que foi voluntário da pátria, retorna.
O sentimento de degredo do antigo catador de caranguejo permanece depois da volta. Não reconhece a cidade e tem uma grande dificuldade de se adaptar. Acompanhamos a trajetória de Cosme, um ator que tem um trabalho de corpo absolutamente fantástico. Agora a peça está no espaço cultural Sergio Porto e é obrigatório vê-la. Sextas e sábados às 20h30 e aos domingos às 19h até 6/10.
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E o outro assunto que perturbou na semana passada foi o golpe publicitário do prefeito da cidade maravilhosa. Numa tacada ele agrada aos eleitores mais tacanhos e aos mais reacionários de uma vez. Vitupera sobre uma produção gráfica, dizendo que ela espalha a corrupção dos costumes entre os mais jovens e as crianças. Sob a desculpa de que a homossexualidade destrói as famílias, tentou censurar uma revistinha da Marvel, porque havia dois rapazes se beijando – diga-se de passagem, totalmente vestidos. A cidade em pandarecos, milhões de pessoas vivendo nas ruas em condições tremendamente precárias, crianças passando fome em praticamente todos os quarteirões da cidade e ele preocupado com quem beija quem.
Ele diz que tem de proteger as famílias. Que famílias? O pior é ter gente acreditando nessa hipocrisia. É claro que o interesse dele foi eleitoreiro. ele está numa maré bem ruim. Vai ter de depender de TODOS os pastores neopentecostais da cidade do Rio de Janeiro para conseguir se reeleger. Está fazendo uma edilidade pífia, uma administração desastrosa e ainda faz piadinhas de péssimo gosto. Espero que os cariocas pensem melhor nas próximas eleições.