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CINEMA

Uma obra grandiosa, cenários feéricos, luz transcendental, grandes atores desperdiçados numa trama megalomaníaca e deslocada.

Ontem fui ver Megalópolis, do consagradíssimo Francis Ford Coppola. O veterano diretor, conhecido e famoso por sucessos como O Poderoso Chefão I, II e III, Apocalypse Now, O Fundo do Coração, vidas Sem Rumo, o selvagem da Motocicleta, Peggy Sue, Seu Passado a Espera, Drácula de Bram Stocker. Todos excelentes filmes.

São todos narrativas vibrantes, elenco e direção brilhantes, equilibrados. Mas em Megalópolis, o diretor perdeu a mão. Megalomaníaco, estranho sem ser interessante, não tem atuações magnéticas. Textos shakespeareanos jogados ao léu, poucas metáforas interessantes.

É uma grande pena, porque a premissa de tratar da decadência de um grande império como foi o sanguinário dos romanos e agora é o sanguinário dos estadunidenses, especialmente num momento em que a aparência de democracia daquele país que nem nome tem está cada dia mais ameaçada.

A vitória de Trump e a queda do império

Impossível não tentar tecer um paralelo entre o que acontece no filme e a atual situação política mundial. Nós estamos assistindo entre aterrorizados e incrédulos o crescimento de uma ideologia totalitária transformada para a contemporaneidade fluida. As notícias são globais e sabemos imediatamente de tudo o que acontece do outro lado do mundo.

Nada obstante, somos inundados com mentiras, notícias falsas, pois isso faz parte da estratégia de dominação da extrema direita. O filme trata um pouco disso, mas sem ser profundo ou metafórico o suficiente.

É uma tristeza, porque a dá para ver a quantidade de dinheiro utilizada na realização. Desperdício de atuação para grandes como Laurence Fishburne e Dustin Hoffman, em papéis irrelevantes. Foi uma das poucas vezes que me levantei e saí no meio do filme.

Mas tudo isso foi só o meu ponto de vista. Merece ser visto? Cabe a você decidir.

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