CINEMA

O Encouraçado Potemkin: filme de Eisenstein mostra a emoção gritante do Cinema Mudo

Recentemente, revi o filme O Encouraçado Potemkin, feito por Sergei Eisenstein em 1925. Ele está disponível no Youtube na íntegra e é o tipo de experiência que qualquer amante do cinema deve ter. Pois o filme retrata os primeiros anos do séc. XX, quando a Rússia vivia os estertores do regime czarista, escravocrata, feudal e atrasado, uma época de grande penúria para os mais pobres.

Encouracado-Potemkin-Sergei-Eisenstein

Encouracado Potemkin de Sergei Eisenstein

Eisenstein conta a história de uma revolta de marujos, iniciada por conta do fornecimento de carne estragada para o rancho dos marinheiros do Encouraçado. A cidade de Odessa fica sabendo do ocorrido e a população corre ao porto para saudar os heróis dessa revolta bem sucedida. Essa sinopse do filme é o suficiente apenas para aguçar a curiosidade, porque a genialidade do diretor está na montagem. A história, hoje, pode parecer panfletária, mas na época, inaugurou uma estética revolucionária em vários aspectos.

Eisenstein foi um entusiasta da revolução bolchevique, tendo, inclusive, lutado na guerrilha em lado oposto ao pai, um judeu alemão arquiteto que defendia a manutenção do czarismo. No entanto, por conta de defender a autonomia e a liberdade do pensamento artístico, entrou em atrito com Stalin, tendo inclusive tentado uma carreira nos EUAN (este N não é erro: a federação estadunidense não tem nome, então eu passei a chamá-la de Estados Unidos da América do Norte, porque da central pra baixo também é américa e ainda não conseguimos nos unir – desculpem a digressão).

O enredo, apesar de panfletário (repito), é profundamente emocionante. Fazia muito tempo que não chorava num filme e neste, embora vendo em tela de computador, parando algumas vezes, há várias cenas que me levaram às lágrimas.

Uma das mais famosas é a cena da Escadaria de Odessa, em que um carrinho de bebê se desgoverna escada abaixo.

Esta cena é das mais emblemáticas e é a prova do quanto o cineasta continuou influenciando diretores e montadores até a atualidade. Há, inclusive, uma homenagem direta de Brian de Palma, no filme de 1987 chamado Os Intocáveis.

Em ambas as cenas a violência é enorme.

Eu recomendo fortemente assistir ao filme, disponível gratuitamente no Youtube:

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