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CINEMA

A história de Mark Benjamin, cineasta brasileiro em Nova Iorque

Mark Benjamin é um grande amigo, que emigrou para os Estados Unidos da América do Norte para estudar cinema, fazer filmes, mas também por uma questão pessoal.

Mark Benjamin, um brasileiro com uma câmera na mão

O cineasta Mark Benjamin é natural do Rio de Janeiro e filho de duas personalidades do teatro carioca: Susanna Kruger (de quem já falei várias vezes neste Blog) e Daniel Herz, consagrado diretor e integrante do grupo Atores de Laura. Por causa dessa proximidade com as artes cênicas era inevitável que o trabalho dele, que passou a infância nas coxias dos trabalhos, principalmente da mãe, caminhasse para as artes cênicas.

Já aos 2 anos de idade estreou no palco e, aos 10, já havia interpretado 3 personagens shakespearianos. Todavia, a paixão dele sempre foi o audiovisual e, por conta disso, desde a mais tenra infância, criava filmes no powerpoint.

Mudar do Brasil foi imprescindível para o processo do criador

Os rumos da adolescência e as descobertas desse período o levaram a se reconhecer como homem trans e, por causa disso, mudou-se para a Califórnia aos 17 anos, onde ficou dois anos, tendo se transferido para Nova Iorque aos 19 anos.

Três anos depois, com o começo da Pandemia de Coronavírus e, nos primeiros seis meses da situação de emergência sanitária, ficou quase completamente sozinho num apartamento do Brooklyn. Nesse período, produziu, dirigiu, atuou e editou seu primeiro curta metragem, intitulado “City Man”. A obra é em preto e branco e foi totalmente inspirada na belíssima “Rhapisody in Blue”.

A partir daí a produção artística do rapaz foi muito prolífica. Posso citar “A História de Mafalda”, clipe da dupla de drag queens Sara e Nina, na qual foi segundo assistente de produção e teve importante papel na produção de distribuição do clipe, isso no Brasil.

De volta aos Estados Unidos, dirigiu um curta cômico, “Coney Island Bells”, gravado em película e foi diretor de fotografia do curta metragem “Alice”, cuja narrativa conta a história de uma mulher envolvida com um relacionamento abusivo, e por isso busca uma realidade alternativa.

No ano de 2022 graduou-se pela Hunter College em Cinema e Ciências Políticas e, então, começou uma parceria com o cineasta Pedro Murad, com o qual produziu “Meu Tio e Eu” e “Bullfighter”. Além disso, participa do projeto GARGEM, cujo objetivo é criar filmes em espaços convencionais, com Pedro, Luís Felipe Sá e Daniel Herz.

Da parceria entre Pedro e Daniel surgiu o filme “Só Posso Ser Charles”, no qual atuou como produtor. A obra esteve em mais de 10 festivais e levou o prêmio de melhor filme experimental no Bugia Film festival na Itália e melhor interpretação (Charles Fricks) no festival Ibero Americano em São Paulo, além de uma menção honrosa no 11 Delhi Shorts International Film festival na Índia.

Mark tem participações importantes em produções premiadas

Em outra parceria importante com a diretora Maria Clara Parente, colaborou com o documentário “Regenerar: Caminhos Possíveis em um Planeta Machucado”, vencedor de melhor direção e prêmio impacto social no Tietê International Film Awards, com produção executiva de Maria Clara Cenamo.

No Projeto Gargem, este ano, está envolvido na produção e distribuição de diversos títulos, entre eles “O Porteiro”, “2Meninas”, “Pequenas Fábulas das Máquinas Tristes” e “Astronauta”. Além desses projetos no Brasil, em que trabalha à distância, esteve presente nos sets de filmagem de Law and Order – Organized Crime.

Ou seja, o rapazinho que conheci antes de se mudar para os EUA é uma máquina de trabalho. E faz tudo isso com o olhar doce, mas a fala é assertiva, talvez reflexo de uma trajetória repleta de obstáculos, dores e cicatrizes. Aproveita a dualidade de ser geminiano e sabe o que foi viver como mulher e o que é hoje ser homem, além de conhecer o universo das lésbicas e dos héteros.

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