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Hoje é sexta-feira, 6 de maio de 2016. Estou aqui, sentado sozinho no Santos Dumont, esperando o embarque para São Paulo, onde farei conexão pra Goiânia.

A vida passa depressa demais. Ontem eu estava me mudando para o Rio de Janeiro, pensando que seria um projeto de 2 anos, talvez prorrogável por mais dois. Ontem foi 18 de junho de 2007. Ontem já faz quase oito anos. E eu mal vi esse tempo passar. Me casei, me separei, tive um grande amor que acabou, mas sobrou uma profunda amizade. Aqui é uma cidade tão incrível! Reencontrei-me com o teatro, o que foi maravilhoso e aprendi a viver sozinho e longe de uma rede de amparo formada por amigos íntimos e familiares, o que foi difícil no começo mas gratificante hoje.

Mas acho que o mundo contemporâneo deixa pouco espaço para a solidão de fato. Estamos sempre falando com alguém. As tecnologias de telecomunicação, rápidas e práticas, bem como as redes sociais, invasivas e fofoqueiras, são o nosso arremedo de multidão e fama. Quantos “likes”, quantos “coments” rendeu seu “post”? sua foto de comida? seu “check in” em algum lugar badalado?

Pois é…

E eu hoje volto pra casa da minha mãe, para o colo original de sempre. Adoro esse lugar, onde é raro estar, mas é um conforto gigante. A garganta me aperta de uma saudade que em breve começarei a exterminar. Essa saudade, porém, é interminável. Foi parte da sentença de exílio que eu mesmo me impus na adolescência. A pena é a eterna saudade. O crime foi viver a minha vida sem ter de magoar ou dar satisfações de nada que eu tivesse de fazer.

Algumas dúvidas relativas às escolhas de antanho me assombram como um espírito mal desencarnado. Fiz certo? Havia outros caminhos, os quais abdiquei. Impossível saber se teriam sido melhores. Me conformo com a palavra de um psicanalista: Sempre fazemos o máximo que podemos.

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